Taza: o chocolate deliciosamente rústico

A Taza Chocolate é uma empresa americana que faz um chocolate diferente do que estamos acostumados a comer e, ao mesmo tempo, muito bom . O seu diferencial principal é a textura criada durante a moagem em moinho de pedras. Os chocolates possuem uma textura rústica e granulada e, por isso, quando eles derretem na boca, você percebe minúsculos pedacinhos se espalhando e com o tempo, se desmanchando. É um chocolate propositalmente não refinado.

Visita na fábrica da Taza

Mesmo já conhecendo o chocolate, aproveitei uma oportunidade para visitá-los. Estive na fábrica deles em Somerville, nos Estados Unidos (perto de Boston), e o que eu mais gostei foi a transparência da empresa, o que é bastante comum em fabricantes bean-to-bar americanos. Eles gostam de mostrar como tudo é feito, tanto ao vivo, em visitas guiadas, quanto em materiais impressos e na web, que detalham desde a compra do cacau (origens, quantidades e valores) até o fluxograma da produção.

A fábrica é aberta a visitação diariamente (os tours), inclusive aos finais de semana, mas o legal é visitá-la durante a semana para ver tudo funcionando. É possível entrar em algumas áreas da produção como na torrefação e na embalagem, onde há espaço suficiente para os visitantes, devidamente separados dos equipamentos e funcionários que trabalham normalmente e até gostam de acenar para quem está no tour. Outras áreas são mais apertadas e quentes, então é possível ver tudo através de vidros. É necessário usar toucas sobre os cabelos, barbas e bigodes, nenhum fiozinho pode ficar de fora.

Minha visita foi guiada pela Mimi, super simpática, que teve muita paciência com o grupo de 14 pessoas. Ela mostrou como são feitos os dois tipos de chocolates que eles fazem: as barras e os discos. A diferença não está somente no formato, mas também na textura, nos sabores e nas origens do cacau.

Discos e barras de chocolates

Os chocolates redondos (discos) são chamados “chocolates mexicanos” devido a origem do método de moagem com pedras. A textura deles é mais granulada e grossa, já que o moinho neste caso usa pedras esculpidas à mão, igual ao desenho do logo da empresa. Nos tabletes, a textura é mais fina que nos discos, pois as pedras neste caso são lisas. Alguns tabletes são feitos com cacau de apenas uma região, o chamado chocolate de origem. São elas: República Dominicana, Bolívia, Belize, Guatemala e Haiti. Outros tabletes são feitos com um blend (mistura) de cacau de origens diferentes com ou sem ingredientes adicionais, sempre naturais, como nibs de cacau, framboesas ou amêndoas com sal marinho.

Eles não produzem nenhum chocolate com leite, portanto são todos teoricamente amargos. O interessante é que, na prática, o sabor não é assim, dependendo da origem do cacau. Meu marido, que detesta chocolate que não seja doce, provou alguns deles durante a visita e gostou de todos, tanto do sabor quanto da textura.

Os chocolates são orgânicos, sem glúten e veganos e a empresa se preocupa em negociar diretamente com suas fontes de cacau nos respectivos paises, com o intuito de manter relação duradoura  com eles, incentivar o cultivo de cacau de superior qualidade, consequentemente, pagando um valor mais alto e compensador para aqueles agricultores. Os detalhes estão no Relatório de Transparência.

Como qualquer tour americano, esse também acaba na lojinha.

Para fazer o tour, é preciso fazer reserva online. Os chocolates são exportados para 11 países, mas infelizmente ainda não chegam no Brasil. Nos Estados Unidos, já os comprei na Amazon e na Whole Foods, presente em várias cidades.

Se você gosta de descobrir novos chocolates, este é um bem diferentão que vale a pena provar. E quando você o fizer, ou se já o provou, conta para a gente o que achou, tá ?